Tijolo sustentável
Preocupados com a sustentabilidade no setor de construção civil, os estudantes do segundo período de Engenharia de Produção e Engenharia Civil, Márcio Pereira dos Santos e Luiz Humberto de Freitas Souza, viram os resíduos gerados na região como uma boa opção. O que mais chamou a atenção foi o lodo dos decantadores das Estações de Tratamento de Efluentes (ETE) das indústrias, que usaram como matéria-prima na fabricação de tijolos destinados à construção de habitações de interesse social.
Com o lodo em mãos, partiram para os testes, misturando cimento e terra na composição da massa. Como nada acontece da noite para o dia, o projeto vem sendo aperfeiçoado há um ano e conta com a coordenação e o acompanhamento das professoras Cristiane Tumang e Vanessa Fidelis.
Segundo o aluno Márcio Pereira, o uso do rejeito industrial como matéria-prima resolve um dos problemas das empresas, que pagam para dar a destinação adequada aos resíduos. Em tempos de Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada recentemente e que prevê, além de outras coisas, o correto destino dos materiais não aproveitáveis, a proposta dos alunos vem a calhar. “As empresas têm dificuldade para retirar o lodo. Nossa proposta vem solucionar esse problema, gerando economia para as empresas e vantagens para o meio ambiente”, justifica Pereira. O trabalho ainda não acabou. Os alunos de engenharia ainda procuram melhorias no aumento da resistência do tijolo.
Motivação que leva ao sucesso
Segundo a professora doutora da Uniube e uma das coordenadoras do projeto, Cristiane Tumang Frare, a motivação dos estudantes foi fundamental para a conquista do primeiro lugar. “A premiação foi resultado do trabalho em equipe. O papel do professor é promover a iniciativa, mas sem a motivação dos alunos, não haveria o sucesso”, afirma.
Para Cristiane, que dá aula de Química Tecnológica, os jovens chegam na universidade cada vez mais preocupados com as questões ambientais. “Chegamos a uma situação limite onde o meio ambiente não resistirá sem cuidados. Há também um grande volume de informações a respeito das questões ambientais. Com isso, os alunos já entram na faculdade conscientizados a respeito do assunto”, garante. A professora disse ainda que participar do concurso permitiu que todos os alunos da faculdade, e não apenas os envolvidos no projeto, percebessem o potencial e o valor do desenvolvimento de pesquisas, estimuladas pela universidade e que levam benefícios à sociedade.
O projeto dos universitários recebeu apoio da Ação Moradia, ONG que há mais de 15 anos trabalha para melhorar a qualidade de vida de pessoas construindo moradias com tijolos ecológicos. Outros apoiadores são a JBS, empresa da região que doou o lodo para os estudantes e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Sinduscon-Tap). De acordo com Cristiane, o tijolo de lodo, após aprimoramento e testes, poderá ser usado no projeto Casa Uniube, iniciativa da universidade com a missão de construir casas populares para famílias de baixa renda da região de Uberlândia, usando meios e materiais sustentáveis.
Mãos à Obra
O Concurso Mãos à Obra/Precon, que acontece todo ano durante o Minascon, busca promover a integração da comunidade acadêmica com o setor produtivo, envolvendo professores e alunos das áreas de engenharia e arquitetura dos cursos de graduação, pós-graduação e técnico. Além disso, o concurso procura incentivar e aprofundar o debate sobre temas que impactam a competitividade da cadeia produtiva da construção.
Fonte dessa matéria: SistemaFiemg.com.br
link: http://www.sistemafiemg.com.br/fatoindustrial/index.php/noticias/ler/1119
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