quarta-feira, 3 de agosto de 2011

URGENTE: Oceanos, à beira da extinção em massa

Lixo jogado nos mares





















Fato seria inédito em milhões de anos

     A poluição e o aquecimento global estão empurrando os oceanos para a beira de uma extinção em massa da vida marinha, nunca vista em dezenas de milhões de anos, segundo advertência feita esta semana por um grupo de cientistas, informa aDisvovery.

       Bancos de corais moribundos, biodiversidade arrasada por espécies invasivas, a expansão de zonas mortas, o florescimento de algas tóxicas e a depleção em massa dos estoques de peixes são fatores que se encontram em aceleração - segundo estudo compilado durante um encontro em abril dos 27 maiores especialistas em oceanos do mundo em Oxford, Inglaterra. Patrocinado pelo Programa Internacional Sobre o Estado dos Oceanos (IPSO), o exame de literatura recente descobriu que a saúde dos mares está declinando mais rápido do que as piores previsões de apenas anos atrás. Estes sintomas, além disso, podem ser o arauto de desastres maiores na rede de interações biológicas e químicas que cientistas chamam agora de sistema da Terra.

       Todas as cinco extinções em massa da vida no planeta, que alcançam um período de mais de 500 milhões de anos, foram precedidas pelas mesmas condições que agora ameaçam o ambiente marinho, disseram os cientistas. "Os resultados são chocantes", afirmou Alex Rogers, um professor de Oxford que dirige o IPSO e é co-autor do estudo. "Estamos olhando para consequências para a humanidade que impactarão nosso tempo de vida". Há três impulsionadores importantes que estão causando dano ao ambiente dos mares, e todos são uma consequência direta da atividade humana: aquecimento global, acidificação e uma diminuição do nível de oxigênio, uma condição conhecida como hipoxia. 
       Até o momento, estes e outros impactos eram estudados isoladamente. Apenas recentemente os cientistas começaram a entender como estas forças interagem. "Nós subestimamos os riscos globais, e o todo da degradação marítima é maior que a soma de suas partes", disse Rogers. "A degradação está acontecendo agora num ritmo maior que o previsto". Na verdade, o ritmo acompanha ou ultrapassa o pior cenário estabelecido pelo relatório do Painel Intergovernamental Sobre a Mudança do Clima (IPCC) de 2007, de acordo com a nova avaliação. 
       A rede de reações que leva ao aumento da acidificação começa com um influxo maciço de carbono no sistema do clima da Terra. Os oceanos agem como uma enorme esponja, absorvendo mais de um quarto do CO2 que os humanos jogam na atmosfera. Mas quando esta esponja fica muito saturada, ela pode romper o delicado equilíbrio do qual dependem a vida marítima e, em última instância, toda a vida no planeta. 
       "A taxa na qual o carbono está sendo absorvido já é bem maior agora que na última extinção significativa das espécies marinhas, há 55 milhões de anos", diz o estudo, "quando cerca de 50% da vida nos oceanos foi eliminada". Aquele evento, chamado de Máximo Térmico Paleoceno-Eoceno (PETM) pode ter sido um ensaio final para mudanCas futuras do clima, que seriam mais abruptas e perigosas, temem os cientistas. 
       A poluição também desempenha um papel importante, deixando oceanos menos resilientes à mudança do clima. Resíduos de fertilizantes ricos em nitrogênio, micróbios assassinos e substâncias químicas daninhas também contribuíram com a morte maciça de corais, cruciais não apenas para os ecossistemas marinhos, mas também para a vida de centenas de milhões de pessoas. 
       A pesca de até 90% de algumas espécies de peixes grandes e tubarões ao mesmo tempo desequilibrou cadeias alimentares em todo o oceano, levando a um crescimento explosivo e desequilibrado de algas, águas-vivas e outras espécies de flora e fauna oportunistas. "E nós somos provavelmente a última geração que ainda terá tempo de lidar com estes problemas", afirmou Daniel Laffoley, chefe da União Internacional Pela Conservação da Natureza (IUCN). 

Foto: urbangarden/Creative Commons
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planetaurgente/

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