sábado, 30 de julho de 2011

Cientista japonês faz descobertas sobre partícula misteriosa

       Cientistas acreditam estar um passo mais perto de entender por que a matéria e não a antimatéria domina o Universo - quantidades iguais de ambos teriam sido desencadeadas pelo Big Bang. Uma equipe internacional de pesquisadores no Japão descobriu que os três tipos de neutrino, uma das partículas básicas da natureza, podem se transformar um no outro, o que poderia ser sua vantagem para o antineutrino.
       O experimento foi realizado pelo Super-Kamiokande, um detector de neutrinos localizado 1 km debaixo da terra, em uma mina na cidade de Hida, no Japão. A estrutura cilíndrica tem 42 m de altura e 39,3 m de largura e é formada por 50 mil t de água pura rodeada por mais de 13 mil tubos fotomultiplicadores. O neutrino, ao colidir com os núcleos dos átomos de água emite radiação, e esta é captada pelos fotomultiplicadores (as bolas espalhadas na água na foto acima).
       Em 1998 e 2001, os cientistas já haviam descoberto mudanças nas oscilações de neutrinos atmosféricos e aqueles emitidos pelo Sol. Em seu blog no site do jornal britânico The Guardian, o professor de física Jon Butterworth explica que os neutrinos têm três tipos, ou três "sabores". Já sabe-se que esses podem se transformar de duas formas, e o Super-Kamiokande descobriu mais uma forma.
       Na natureza, as partículas fundamentais são divididas em três tipos. Existem por exemplo os léptons elétron, múon e tau - esta mesma divisão é utilizada para os neutrinos. As duas formas de transformação anteriormente observadas eram neutrinos de tau se transformarem em neutrinos de múon e vice-versa. Agora, o Super-K trouxe à tona mais uma: neutrinos de múon se transformaram em neutrinos de elétrons, o que indica que todas as transformações são possíveis para essa partícula.
       Segundo o Conselho de Ciência e Tecnologia do Reino Unido, é essa capacidade de transformação de um tipo em outro que pode ser a diferença crucial entre o neutrino e o antineutrino e a predominância do primeiro no Universo.
       "As pessoas pensam às vezes que as descobertas científicas são como chaves que passam de 'desligado' para 'ligado', mas na verdade elas vão de 'talvez' para 'provavelmente' e 'quase com certeza' conforme você consegue mais dados. Agora estamos em algum lugar entre 'provavelmente' e 'quase com certeza'", diz o professor Dave Wark, do Imperial College London, no site do conselho britânico.

Fonte: Jornal do Brasil / Terra

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Consumo colaborativo, no Brasil - O que é isso mesmo?

       Recentemente publiquei aqui um post sobre o consumo colaborativo, aquele que incentiva trocar e compartilhar bens e serviços, atividade já há algum tempo em prática nos Estados Unidos. No Brasil a ideia está ainda florescendo. Mas acaba de surgir um novo site para estimular esse saudável escambo dos tempos modernos: o DescolaAí.
       Além de possibilitar trocas e compartilhamentos a página sugere também o aluguel de produtos. Em especial aqueles que normalmente se usa pouco.
       Não são raros esses itens que se adquire para uma ou duas utilizações e depois ficam juntando pó em algum canto da casa. Um kit de furadeira, por exemplo. Ou então um carrinho de bebê sem serventia, depois que seu filho cresceu. Livros, discos, roupas, móveis, equipamentos de jardinagem também são bem-vindos no comércio do site.
       O criador do DescolaAí é um jovem e inovador empresário de São Paulo chamado Guilherme Brammer. Sua formação é de engenheiro de materiais, mas um dia resolveu fazer um curso de especialização em negócios sustentáveis na Fundação Getúlio Vargas. O DescolaAí não é sua primeira iniciativa nesse ramo. Brammer também trouxe para o Brasil uma empresa que promove a coleta e reuso de embalagens, chamada Terracycle.   
       De acordo com  o empresário, o DescolaAí oferece total segurança ao usuário para fazer troca, compartilhamento e aluguel de seus produtos. “Queremos colocar o site em atividade em junho, mas já é possível entrar na página e fazer um pré-cadastro. Até agora mais de mil pessoas estão inscritas”, diz Brammer.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Completa um ano hoje que Barco de garrafas PET completou a travessia do Pacífico

       Após 130 dias e mais de 20 mil km, o Plastiki finalmente completou sua travessia do oceano Pacífico e chegou em 26 de julho de 2010, em Sydney, Austrália. 

       Os dez tripulantes saíram de São Francisco, nos Estados Unidos, e chegaram ao outro lado do mundo a bordo de um veleiro catamaran de 20 metros de comprimento feito de garrafas PET e outros materiais recicláveis e reciclados. 

       Elaborado pelo ecologista David de Rothschild, inglês descendente da famosa família de banqueiros, o projeto Plastiki é uma tentativa de chamar a atenção das pessoas para o problema do lixo no planeta. 

       Provando que é possível reutilizar materiais que iriam parar no lixo, a equipe contratada por ele projetou um sistema de flutuação com 12 mil garrafas de dois litros presas ao casco. Preenchidas com apenas 12 gramas de gelo seco, elas garantem que a estrutura, de plástico reciclável, não afunde na água. 

       Os mastros são feitos de canos de alumínio reciclado, enquanto as velas são fibras de um tipo de PET. As cabines também são feitas de plástico reciclável e são removíveis, podendo ser usadas como estruturas em terra firme. 
       Enquanto o teto do barco recolhe água da chuva para uso em banho, turbinas eólicas, painéis solares e duas bicicletas ergométricas adaptadas para exercícios da tribulação gerarão energia. 
       O barco foi a casa para 10 membros da expedição nesses quatro meses (Jo Royle, David Thomson, David de Rothschild, Olav Heyerdahl, Graham Hill, Luca Babini, Matthew Grey, Max Jourdan, Singeli Agnew e Vern Moen). 
       Entre os locais visitados, está a passagem pelo grande depósito de plástico do Pacífico (Great Pacific Garbage Patch), uma região gigante de acúmulo do material logo abaixo da superfície do oceano.

domingo, 24 de julho de 2011

Compreenda como o preço dos produtos que você consome pode estar errado

     Neste vídeo A História das Coisas, uma cientista norte-americana descreve a cadeia de produção e consumo, e assume, como estadunidense, a culpa de seu país pelos danos à natureza da Terra como um todo. Veja o vídeo e coompreenda a dinâmica do consumo, e como tudo está correlacionado entre sí: 


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Um vídeo para relaxar... e para raciocinar

Só pra relaxar, veja o vídeo A DANCEM MACACOS, DANCEM... um vídeo sobre a prepotência humana. Parando pra pensar, é realidade pura. 


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Uma viagem interativa pelo CÉREBRO

Dentro do cérebro: Uma viagem interativa

Vamos aprender um pouco, sobre essa máquina fantástica, com essa viagem! Clique no link: 

Essa viagem explica o funcionamento do cérebro e como a doença de Alzheimer o afeta. Como fazer a viagem?
Há 16 slides interativos. Ao visualizar cada slide, passe o mouse sobre qualquer texto colorido para destacar os recursos especiais de cada imagem. Em seguida, clique na seta para avançar ao próximo slide.
1. Ao abrir a página, clique em "INICIAR A VIAGEM”.
2. Em cada página exibida, clique nas palavras realçadas em vermelho. 
Boa viagem!!
 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Pesquisa demonstra que brasileiros estão mais preocupados com o Meio Ambiente

Pesquisa aponta os brasileiros como os
mais preocupados com o Meio Ambiente
       A pesquisa realizada pelo ImagePower® Green Brands 2011, uma das maiores do mundo a avaliar as opiniões dos consumidores com relação a responsabilidade corporativa ambiental, os brasileiros estão mais preocupados com o meio ambiente (77%) do que com a economia (20%). Nos dois aspectos, o Brasil é o país com o maior e menor índice entre todas as nações entrevistadas.
       O estudo foi realizado pelo 6º ano consecutivo e ouviu nove mil consumidores da Alemanha, Austrália, Brasil, China, Estados Unidos, França, Índia e Reino Unido. No Brasil, foram entrevistadas 1.101 pessoas nas principais cidades do país.
       No total, mais de 60% dos consumidores consultados querem comprar de empresas que têm a responsabilidade ambiental entre suas prioridades. Nos oito países, uma parte considerável dos entrevistados prefere gastar mais se tiverem a certeza que o produto em questão tem um menor impacto no meio ambiente. Esse percentual nas nações ricas chegou a 20% e no Brasil atingiu surpreendentes 48%.
       “Estamos vendo uma mudança na mentalidade no que se diz respeito à compra de produtos verdes. Os consumidores estão percebendo que escolhas sustentáveis trazem benefícios para suas famílias e que, ao longo prazo, bens como automóveis mais eficientes são inclusive melhores para a economia doméstica”, explicou Russ Meyer, diretor de estratégia da Landor Associates, uma das empresas responsáveis pela pesquisa.
       Enquanto os brasileiros sempre deixaram claro sua preocupação quanto à questão ambiental, a China mostrou uma mudança de opinião. Em 2009 e 2010, o índice de chineses que se preocupavam com o meio ambiente era de 29% e 32%, respectivamente. Na edição 2011, o quadro se inverteu e o índice chega a 58%, enquanto a porcentagem dos entrevistados que se preocupam com a economia caiu de 67% para 42%.
       Já a nação que mais se preocupa com a economia é o Reino Unido, com 71%, contra 24% dos entrevistados que responderam estar mais ligados com o meio ambiente. Essa tendência também é vista em países como Estados Unidos e França.

domingo, 17 de julho de 2011

McLaren promete bicicleta mais rápida do mundo com tecnologia de F1


    Pelo menos por alguns momentos, os engenheiros da McLaren esqueceram os carros de corrida – e toda a emissão de poluentes que os acompanha – para dar atenção a um meio de transporte muito mais sustentável: a bicicleta.
       A empresa está decidida a investir na bike que, segundo eles, tem potencial para ser a mais rápida do mundo. Batizada de Venge, ela surgiu da união da McLaren com a fabricante de bicicletas Specialized e foi projetada com a mesma tecnologia usada nos carros de Fórmula 1.
       O resultado? A bike tem uma modelagem que gera menos atrito com o ar e, ainda, é 15% mais leve do que as demais bicicletas de corrida, o que faz com que tenha potencial para ser, pelo menos, 8% mais rápida do que qualquer outro modelo já inventado, segundo a McLaren.
       Toda essa tecnologia, claro, tem um preço – que não é nada barato: apenas o quadro da bicicleta custa US$ 8 mil e o veículo completo, US$ 15 mil. Para quem estiver disposto a pagar, as encomendas podem ser feitas no site da Specialized.

Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/planeta (Débora Spitzcovsky)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Não me engana que eu gosto


Pincel Verde  - (creative cammons)



       Nem tudo o que reluz é ouro, diz o ditado. Assim como nem tudo o que algumas empresas anunciam como produtos sustentáveis, ou “verdes” realmente são. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) sabe bem disso e está de olho no greenwashing, a “lavagem verde”. A partir de 1º de agosto vai advertir ou até suspender campanhas publicitárias de empresas que não conseguirem provar as qualidades ambientais do que oferecem.
       "Não queremos punir as empresas, mas elevar o nível da publicidade sobre sustentabilidade", disse o presidente do Conar, Gilberto Leifert, sobre a novaregulamentação.
Está claro para as empresas que, hoje, a palavra “sustentável” impressa em uma embalagem pode ter o efeito mágico de render muito lucro, de olho na preocupação cada vez maior do consumidor com as questões socioambientais.
Na prática, não existe produto 100% sustentável, verde, amigo do meio ambiente ou ecológico, como quiser. A partir do momento que é fabricado, já causou algum impacto ambiental.
       Há, no máximo, produtos que utilizem matérias-primas menos agressivas ao meio ambiente, feitos com mão-de-obra devidamente remunerada e com seus direitos trabalhistas respeitados. No processo de sua produção há preocupação em economizar energia elétrica e água. Eles também não contém excesso de embalagens e podem se transformar em resíduos recicláveis, ao final de sua vida útil. Estes, sim, podem ser considerados produtos sustentáveis, fabricados por empresas modernas, bem intencionadas, com o pé no futuro.
       Se você se deparar com alguma propaganda que vende gato por lebre use as redes sociais para denunciar. É seu dever. Nosso.

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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Torneira pingando desperdiça 46 litros de água em um dia


       Economizar água é também garantia de economia de dinheiro. Mas a questão não é só a grana. Mudar alguns hábitos pode ser  bem mais simples do que parece – você faz coisas muito mais difíceis todos os dias. Duvida?
       Ao sair do banho um minuto antes do normal, você já poupa de 3 a 6 litros de água. Nessa brincadeira, uma cidade com cerca de 2 milhões de habitantes conseguiria deixar de gastar em torno de 6 milhões de litros se todos fizessem a mesma coisa, o que daria para encher pouco mais de duas piscinas olímpicas.
       Mas se você não está disposto a deixar o banho mais longo de lado, existem outras opções. Claro que não precisa virar maníaco-compulsivo, mas é sempre bom checar se a torneira está bem fechada. Às vezes, e nem é por mal, ela fica pingando, e aí… podem ir embora ralo abaixo nada menos que 46 litros de água em um dia. Em um ano inteiro, esse número soma 16 mil litros, o que representa cerca de 64 mil copos de água (desses de requeijão, sabe?). Se quiser fazer melhor ainda (aproveitando aquela reforma no apê…), vale instalar torneiras com aerador, uma espécie de peneira na saída da água. A peça não prejudica a vazão e ainda ajuda a economizar.
       Na hora de escovar os dentes também é possível  poupar, já que uma  torneira aberta pela metade chega a gastar 12 litros de água em cinco minutos. Se você fechá-la enquanto escova, vai usar no final em torno de 1 ou 2 litros. Fácil, fácil.

Fonte: http://super.abril.com.br/blogs

terça-feira, 12 de julho de 2011

Campanha ensina como separar o lixo corretamente

Lançada pelo MMA, a campanha “Separe o lixo e acerte na lata” dá dicas sobre a separação do lixo seco e úmido e mostra à população, de forma supersimples, os benefícios da coleta seletiva para o planeta. A ação conta com vídeos que serão exibidos nos canais da TV aberta. Assista!

       Muitos ainda têm dúvidas na hora de fazer a separação do lixo úmido e seco e, para esclarecer todas elas, o MMA – Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, lançou nesta segunda-feira, 20 de maio, a campanhaSepare o lixo e acerte na lata

       A ideia é mostrar, a partir de uma linguagem simples e didática, como deve ser feita a separação do lixo nas residências e, ainda, revelar os benefícios da coleta seletiva – e, consequentemente, doreaproveitamento dos materiais descartados – para o planeta, a fim de convencer cada vez mais pessoas a aderir à prática. 
       Para isso, a campanha conta com três filmes de 30 segundos para TV, além de anúncios para revistas, spot para rádio e banners de internet, que em sua primeira fase focam em quatro resíduos muito comuns nas lixeiras de todos os brasileiros: cascas de banana, embalagens longa vida, garrafas PET e latinhas de alumínio. 
       Você sabia, por exemplo que, depois de recicladas, as PETs podem ser usadas na confecção de tecidos, vassouras, madeira sintética e até casco de barco? Já a embalagem longa vida pode ser útil na fabricação de telhas e papel. No entanto, as peças publicitárias mostram que a reciclagemdesses materiais se torna muito mais fácil se eles já são separados e limpos nas próprias residências. O que custa ajudar? 
        Assista, abaixo, aos três vídeos da campanha Separe o lixo e acerte na lata, que começarão a ser  exibidos ainda hoje nos canais da TV aberta, e se inspire para começar a realizar a coleta seletiva, de forma certa, na sua casa! 









Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

domingo, 10 de julho de 2011

Escola na Ásia é construída com garrafas PET





       Angustiado com a falta de escolas de ensino básico em algumas províncias filipinas, o conterrâneo Illac Diaz resolveu dar um jeito no problema e fundou o Bottle School Project, que, como o próprio nome diz, pretende construir escolas de uma forma bem barata – e que, de quebra, ainda ajuda o meio ambiente: com garrafas PET usadas
       Para quem achou a ideia maluca, Diaz já tem a prova de que seu projeto não é nem um pouco utópico. A primeira escola da iniciativa está pronta, em San Pablo, e foi construída com milhares de garrafas PET de 1,5 e 2 litros, que foram preenchidas com adobe líquido– uma substância feita com terra crua, água e fibras naturais ou palha – para dar consistência às paredes. Segundo Diaz, além de ser mais barato do que o concreto, o adobe é cerca de três vezes mais forte do que o cimento.  
       O visionário, no entanto, não conseguiu a proeza sozinho. Para que o projeto desse certo, ele contou com a ajuda da My Shelter Foundation (Fundação Meu Abrigo, em português), que promoveu uma corrida beneficente, no início da obra, para coletar garrafas PET usadas. Além disso, dezenas de voluntários botaram a mão na massa e ajudaram na construção da escola, cujo terreno foi doado pelo governo local de San Pablo, que foi outro colaborador. 
       Após a conclusão da primeira obra, Diaz pretende expandir o projeto para construir outras “escolas de garrafa” nas Filipinas, na Ásia e, quem sabe, no restante do mundo. Mas, mais do que isso, a partir de seu esforço para erguer instituições de ensino básico em lugares onde a educação ainda é precária, ele espera conscientizar os governos a respeito da importância e da urgência em se investir mais no ensino.


Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/ (Débora Spitzcovsky)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Aquecimento global pode aumentar incidência de doenças

Uma pesquisa mostra que as mudanças climáticas tendem a ampliar a abrangência geográfica das doenças infecciosas como a leishmaniose

       Relacionadas entre si, as mudanças climáticas globais e as mudanças do uso do solo podem alterar a abrangência geográfica de determinadas doenças infecciosas. Nesse contexto, um grupo de pesquisadores brasileiros está estudando as alterações do mapa epidemiológico de duas doenças infecciosas emergentes na Amazônia Ocidental. O objetivo é desenvolver um sistema de alerta precoce para as doenças, viabilizando a adaptação aos impactos negativos das mudanças ambientais sobre a saúde humana. 
       O Projeto Temático, financiado pelo Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), é coordenado por Manuel João Cesário, professor do programa de mestrado em Promoção de Saúde da Universidade de Franca (Unifran). Em estágio inicial, os estudos serão concluídos no fim de 2014. 
       De acordo com Cesário, o projeto monitora as mudanças ocorridas no mapa epidemiológico da bartonelose e da leishmaniose cutânea na região da tríplice fronteira, entre Brasil, Bolívia e Peru. As duas doenças são transmitidas pelo mesmo vetor: os mosquitos flebotomíneos do gênero Lutzomyia. 

       BARTONELOSE
       A bartonelose, doença emergente originária dos Andes, é causada pela bactéria Bartonella bacilliformis e provoca fraqueza, anemia, febres e calafrios. A doença, também conhecida como "verruga peruana", pode se apresentar na forma conhecida como "bartonelose verrucosa", produzindo lesões que se assemelham a tumores de pele. 
       A leishmaniose, zoonose comum a humanos e cães, é causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania e pode adquirir a forma visceral ou cutânea. Esta última, também conhecida como "úlcera de Bauru", gera lesões na pele e pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca. 
       "O objetivo do estudo é desenvolver um sistema de alerta precoce para essas doenças diante das profundas mudanças socioambientais que essa região está enfrentando. Além dos impactos das mudanças climáticas globais e do desmatamento, há impactos causados por mudanças sociais profundas em virtude de grandes projetos de desenvolvimento e intensos fluxos migratórios na região", disse Cesário à Agência FAPESP. 

LEISHMANIOSE
       A leishmaniose cutânea, abundante em regiões mais próximas da costa brasileira, ainda não chegou à região estudada, mas está avançando para o oeste. A bartonelose, por outro lado, é prevalente no Peru e, em tese, não existe no Brasil, nem na Bolívia. Mas está avançando para o leste. 
       "Houve um crescimento importante da bartonelose entre 2004 e 2005 e especula-se que isso teve relação com o fenômeno El Niño, que muda o regime de chuvas e de temperatura na região durante alguns meses do ano. Essa mudança pode ter algum impacto na reprodução dos vetores e, com mais mosquitos, a transmissão é facilitada e a doença aumenta. Entretanto, ainda não temos certeza se a doença avançou porque os vetores mudaram de lugar ou se apareceram novos vetores", explicou. 
       No entanto, é improvável que as mudanças sejam causadas por um só fator, de acordo com Cesário. Um dos objetivos do projeto é investigar, nos próximos anos, quais são os fatores mais importantes para o avanço das doenças em novas áreas. 
       "A região que estudamos tem sofrido mudanças socioeconômicas consideráveis, com a construção das estradas BR 364 e BR 317 e a implantação de duas hidrelétricas, que levaram para Rondônia mais de 100 mil pessoas nos últimos três anos. Por conta dessas duas grandes obras, a população do município de Porto Velho, que era de 500 mil pessoas, subiu cerca de 20% nesse período", disse Cesário. 

ESTRADAS NA AMAZÔNIA 
       A construção de estradas, por outro lado, afeta a cobertura do solo, segundo o professor. "Estudos mostram que 80% do desmatamento de florestas na Amazônia ocorre em áreas situadas a menos de 50 quilômetros de alguma estrada", apontou. Além da explosão demográfica ocasionada pelos projetos de infraestrutura, a região, segundo Cesário, também tem sofrido mudanças radicais na cobertura do solo, que influenciam diretamente as mudanças no clima da região, com reflexos na distribuição dos vetores das doenças. 
       "Por outro lado, as alterações no clima também influenciam as mudanças na cobertura do solo - porque a floresta fica mais suscetível ao fogo, por exemplo. É possível que tudo isso influencie diretamente na biologia desses vetores. Por isso, ao mesmo tempo em que investigamos as causas das mudanças, também investigamos suas consequências", afirmou o cientista. 

SISTEMA DE ALERTA
       Como as variáveis são muito complexas, o projeto exige uma equipe essencialmente multidisciplinar. O grupo reúne especialistas com experiência em áreas tão diferentes como epidemiologia, estatística e modelagem e mapeamento espaço-temporal de doenças. 
       "Não se trata apenas de aplicar métodos epidemiológicos, mas também de trabalhar com métodos de sistemas de informações geográficas - para conseguir fazer os mapeamentos - e métodos estatísticos, para conseguir levantar as áreas de risco e, consequentemente, fazer um mapeamento de risco das doenças. Se conseguirmos chegar a esse ponto, teremos métodos de modelagem para prever a abrangência das doenças no futuro, permitindo também traçar cenários e planejar a adaptação", explicou Cesário. 
       Segundo ele, se o grupo conseguir desenvolver um sistema de alerta, baseado em métodos com grande abrangência de ferramentas e de capacidade diferenciada de tratar dados, os resultados do projeto poderão servir como referência metodológica para outros estudos e os métodos poderão ser adaptados para aplicação em outras regiões e outras doenças. 
       "Uma necessidade preliminar do projeto é ter acesso a dados climáticos da região, como temperatura, precipitação, umidade do solo e do ar e regime de ventos entre 2000 e 2012. Também estamos fazendo um levantamento dos dados de satélite relacionados a mudanças no uso do solo no mesmo período", disse Cesário.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Rod. dos Bandeirantes é refeita com asfalto ecológico

A concessionária responsável pelas obras apresentou hoje, dia 10 de setembro, o primeiro trecho da Rodovia dos Bandeirantes que foi reconstruído com pavimento reciclado e asfalto-borracha. Até 2011, a empresa pretende recuperar, de forma ecológica, 600 km da rodovia
       

       Em 2010, a Rodovia dos Bandeirantes foi eleita a melhor do país, pela quinta vez consecutiva, pelo Guia Quatro Rodas, da Editora Abril, e, a Rodovia ganhou mais um título para comemorar: o de uma das mais ecológicas do Brasil. 

       Isso porque a concessionária CCR Autoban, que administra o sistema paulista Anhanguera-Bandeirantes desde 1998, inaugurou hoje o primeiro trecho da rodovia recuperado de forma ecológica: uma das camadas estruturais da pista foi reconstruída com pavimento reciclado e o revestimento da superfície foi feito com asfalto-borracha, produzido a partir de pneus velhos. 
        Parte do processo de reciclagem do pavimento usado para reconstruir o trecho – localizado entre os km 85 e 78, da pista sentido capital – ainda foi feito no próprio canteiro de obras da rodovia, em uma “usina móvel”, diminuindo as emissões por transporte. O asfalto velho foi retirado da pista, triturado e enriquecido com cimento e pó de pedra no próprio local e ,depois, reaplicado. 
       De acordo com a CCR Autoban, a operação reciclou 450 mil pneus – que levam cerca de 600 anos para se decompor – e o equivalente a 36 piscinas olímpicas cheias de asfalto velho, reduzindo a quantidade de resíduos produzidos nas obras de recuperação da Rodovia. Ainda segundo a concessionária, o novo asfalto não traz, apenas, benefícios ambientais para a cidade: o pavimento ecológico gera menos ruídos e maior aderência dos pneus, além de ser mais durável, o que proporciona mais segurança e conforto aos motoristas que transitam pela rodovia. 
       Até 2011, a CCR Autoban pretende recuperar, de forma ecológica, 600 km de pistas da Rodovia dos Bandeirantes, a partir do investimento de R$ 82 milhões.

terça-feira, 5 de julho de 2011

O lixo - quem diria? - virou um grande negócio no Brasil, diante de um mercado de 20 bilhões de reais

Empresários se unem a banqueiros para investir no setor

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       Em uma entrevista recente gravada em vídeo pela revista americana de negócios Fortune, o executivo David Steiner soltou a seguinte previsão: daqui a dez anos, será possível extrair tanta riqueza do lixo que as empresas do setor poderão fazer sua coleta de graça, sem que nenhum governo tenha de pagar pelo serviço. Ao ouvir a declaração, o interlocutor de Steiner esboçou um sorrisinho de deboche, mas não retrucou. David Steiner ainda está em posição de receber crédito por suas palavras, por mais que elas soem como delírio. 
       Há sete anos ele é o presidente da Waste Management, a maior empresa de lixo dos Estados Unidos e uma das maiores do mundo. Sob sua gestão estão 273 aterros sanitários, 17 usinas de geração de energia por meio da incineração do lixo e 119 operações de conversão do gás metano dos aterros em energia. A Waste Management ainda opera 91 estações de reciclagem de lixo comum e 34 de processamento de lixo orgânico. Com isso, fatura cerca de 12 bilhões de dólares por ano. 
       Hoje, não há nada no Brasil que se pareça com isso - nem em tamanho de receita nem em modelo. Mas, para alguns empresários e investidores, a Waste Management já é uma referência num negócio por muito tempo negligenciado. Segundo estimativas, o mercado de lixo, hoje tremendamente pulverizado, movimenta quase 20 bilhões de reais por ano no país.
       Um dos que acompanham com entusiasmo o desempenho da Waste Management e sonham em fazer algo parecido é o paulista Wilson Quintella Júnior, de 54 anos - o homem à frente da Estre. A empresa nasceu há 11 anos com a construção de um aterro sanitário no município de Paulínia, no interior de São Paulo - na época, Quintella deixou um emprego na GP Investimentos para se dedicar ao novo negócio. De lá para cá, ampliou seus domínios e hoje opera dez aterros, que atendem centenas de clientes públicos e privados e estão localizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná e em Bogotá, na Colômbia, e Buenos Aires, na Argentina. Outros dois deverão ser inaugurados nos próximos meses - na cidade paulista de Piratininga e em Aracaju. 
       Em março deste ano, Quintella fez uma manobra ousada: com a ajuda do BTG Pactual, de André Esteves, atropelou um fundo de private equity que vinha já há algum tempo negociando a empresa de coleta de lixo urbano Cavo, do grupo Camargo Corrêa, e a comprou por 610 milhões de reais. A aquisição da Cavo fará com que o faturamento da Estre, previsto para alcançar 640 milhões de reais em 2011, dobre.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Homofóbicos têm desejo sexual pelo mesmo sexo? Cientistas dizem que sim

       É ciência. No caso, a constatação de um estudo lá da Universidade de Georgia, nos EUA. Tudo bem, a pesquisa é de 15 anos atrás, mas, em vista de toda a discussão que tem rolado a respeito do casamento gay, da criminalização da homofobia e por aí vai, comentá-la ainda é relevante. “A homofobia está aparentemente associada à excitação homossexual“, apontam os pesquisadores, “que o indivíduo homofóbico desconhece ou nega“.
       Antes de tudo, os especialistas perguntaram a homens heterossexuais o quão confortáveiseles se sentiam ao redor de homens gays. Com base nesses resultados, dividiram os voluntários em dois grupos: os que exibiam sinais de homofobia (com 35 participantes) e os definitivamente não-homofóbicos (neste, eram 29, no total). Aí começou o teste.
       Todos os homens foram colocados em salinhas privativas para assistir a vídeos “quentes”, de quatro minutos cada: um mostrava cenas de sexo entre um homem e uma mulher; outro, entre duas mulheres; e o último, entre dois homens. Enquanto a sessão se desenrolava, umaparelho, ligado ao pênis de cada participante, media o nível de excitação sexual de cada um. A engenhoca, segundo os cientistas, era capaz de identificar a excitação sexual sem confundi-la com outros tipos de excitação (como nervosismo ou medo).
       Eis os resultados: enquanto assistiam aos vídeos de sexo heterossexual ou lésbico, tanto o grupo homofóbico quanto o não-homofóbico tiveram “aumento da circunferência do pênis”. Em outras palavras, gostaram do que viram. Mas durante o filminho gay “apenas o grupo homofóbico exibiu sinais de excitação sexual“, afirma o estudo. Pois é, eles até disseram que preferiam manter distância dos gays. Mas, opa, seus pênis contaram outra história.
Quer conferir o estudo completo? Dá uma olhada aqui.
E vocês, o que acham disso? Lembrando que essa é uma constatação puramente científica, despida de qualquer viés político, hein, gente?
Fonte: Superinteressante (Thiago Perin)

domingo, 3 de julho de 2011

E-ELT, um grande olho para descobrir vida em outros planetas

Paranal (Chile), 24 jun (EFE).- No meio do árido deserto do Atacama, onde a existência parece uma quimera, se situa o altivo monte que na próxima década abrigará o Telescópio Europeu Extremamente Grande, E-ELT, o maior olho que rastreará no universo vida em outros planetas.
Esse instrumento, que contou com um investimento de 1,055 bilhão de euros (R$ 2,3 bilhões), é o próximo projeto de grande magnitude do Observatório Austral Europeu (ISSO), que engloba 14 países europeus, inclusive o Brasil.
"Devemos buscar outro planeta. Esta é a nossa maior oportunidade para descobrir vida extraterrena", revela o astrônomo belga Henry Boffin.
Contudo, as expectativas vão muito além. "Com este telescópio esperamos ver coisas que não podemos imaginar agora", disse este cientista que trabalha no observatório da ISSO localizado no monte Paranal, no norte do Chile, onde são realizados outros megaprojetos.
Já é possível observar deste lugar, cerca de 20 quilômetros de distância, o monte Armazones, eleito pela ISSO em abril de 2010 como o cenário adequado para instalar o E-ELT, que também era cobiçado pelas Ilhas Canárias (Espanha).
Até o momento, só uma pequena estrada de terra no sopé da montanha, de 3,06 mil metros de altura sobre o nível do mar, em cujo cume será construído esse imenso olho, composto por cinco espelhos.
O espelho primário, que segundo o desenho inicial teria 42 metros de diâmetro, vai medir 39,3 metros, similar a largura de um campo de futebol, e será composto por mil peças hexagonais.
"Vai ser cinco vezes maior que os telescópios atuais. Isso quer dizer que vamos ter 25 vezes mais luz e cinco vezes mais detalhes", destaca Henry Boffin.
Porém, um de seus principais avanços será a incorporação no próprio E-ELT da óptica adaptativa, que na maioria dos telescópios é aplicada apenas nos instrumentos anexos, aqueles que permitem processar e analisar a luz captada pelos espelhos.
Essa técnica permite em tempo real preservar o instrumento das distorções que a atmosfera terrestre provoca na luz.
Os astrônomos vão se beneficiar além de um céu diáfano, de mais de 330 noites abertas ao ano.
Além disso, a proximidade do Paranal permitirá integrar ambas as instalações, até o o E-ELT ser executado da própria sala de controle.
Uma vez escolhido o desenho e o lugar, só falta o Conselho da ISSO decidir em dezembro se vai aprovar o financiamento deste projeto astronômico, embora tudo indique que não haverá desistências.
Se o E-ELT superar esse trâmite, espera-se que sua construção comece em 2012 e já esteja operacional 10 anos depois.
A partir desse momento, com o E-ELT tudo é possível. Ainda mais porque é muito pouco o que se sabe sobre o Universo atualmente.
"Por enquanto sobre o Universo sabemos que não conhecemos grande coisa. Sabemos que 95% dele é totalmente desconhecido, sendo 25% constituído de matéria e 70% de energia", explica Boffin.
"Nos dois casos, não temos absolutamente nenhuma ideia do que se trata. Portanto, conhecemos apenas 5% do Universo. Com o E-ELT esperamos conhecer justamente os 95% restantes", aponta este astrônomo.
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